quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Metade dos protetores solares mais usados no país não funciona, diz Pro Teste





Metade dos dez protetores solares mais vendidos no Brasil não é eficaz, revela pesquisa realizada pelo Pro Teste, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Apenas dois dos dez protetores FPS 30 (fator de proteção aos raios UVB) em loção avaliados realmente protegem contra o sol. E somente três dos protetores (L'Oréal Solar Expertise, Cenoura & Bronze e o Hélioblock da La Roche-Posay) não possuem na sua composição o benzophenone-3, um ingrediente altamente cancerígeno, que é proibido em vários países.
O teste englobou a análise de rotulagem, composição, irritabilidade, hidratação, proteção, resistência a exposição solar e teste em uso. As marcas L'Oréal Solar Expertise e o Cenoura & Bronze foram consideradas as melhores.
O rótulo do Hélioblock da La Roche-Posay foi classificado como o pior, pois traz informações em uma etiqueta muito pequena, que dificulta a leitura, segundo a avaliação.
Apenas o L'Oréal Solar Expertise, Cenoura & Bronze e Natura indicam o fator de proteção UVA. Quatro dos protetores possuem proteção UVA baixa, no entanto, a legislação brasileira não exige um mínimo. Os raios UVA atingem as camadas mais profundas da pele e provocam envelhecimento precoce.
Após o levantamento, a Pro Teste pede que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passe a exigir o fator UVA de no mínimo um terço do FPS do produto, assim como ocorre na Europa, e que esta informação conste no rótulo. Também são solicitados testes de fotoinstabilidade.
No teste de exposição do produto à radiação solar e ao calor, a Avon, Hélioblock, Nivea, Banana Boat e Sundown se mostraram fotoinstáveis e foram reprovadas, pois não mantêm nem 80% da proteção inicial após uma hora em uso a uma temperatura de 40ºC.
Ainda segundo o Pro Teste, após ficar 30 minutos na água, o banhista tem muitos motivos para se preocupar, já que produtos como o Fotoequilíbrio e Sundown, reduzem a proteção para 30% e 55%, respectivamente.
Além disso, todos os protetores foram considerados muito oleosos. E em relação aos preços, constatou-se que alguns protetores custam o dobro ou mais que os outros e têm eficácia menor.
Em excesso, a exposição ao sol pode trazer uma série de consequências à saúde, como velhice precoce, queimaduras e câncer de pele.
Outro lado
A Mantecorp, responsável pelo Coppertone e Episol, informou que seus produtos seguem padrões de qualidade nacionais e internacionais e apresentam toda a documentação exigida pela legislação brasileira e pelos órgãos governamentais competentes.
Por meio de sua assessoria, a Natura informou que desconhece como a pesquisa foi realizada, e questionou a credibilidade da avaliação. A empresa negou todos os problemas em relação ao protetor Fotoequilíbrio, e afirmou que "busca garantir a segurança e a eficácia de todos os seus produtos, utilizando sempre matérias-primas seguras e metodologias reconhecidas e aprovadas pela comunidade científica internacional e pela Anvisa". A Natura disse ainda que todos os produtos da linha são testados conforme metodologia internacional, reconhecidos pela Anvisa, e que foram aprovados em todos os quesitos.
A Folha Online procurou as outras empresas, mas ainda não obteve resposta.


TATIANA SANTIAGO
colaboração para a Folha Online

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